sexta-feira, 7 de maio de 2010

Like a rolling stone


Olá sobreviventes, é um prazer dividir trincheiras com vocês. Sim, trincheiras! Como sabem, nesse mar de lama e carne podre, assim como nos campos de batalha da 1º Grande Guerra, é assim que vivemos nesse misantrópico pedaço do Brasil, uma verdadeira anomalia política, social, ambiental, enfim, eis aqui a Matrix, no entanto, se engana quem pensar que é a Matrix dos irmãos Andy e Larry Wachowski, nããão amigos, jamais. Esta é a Matrix daqueles idosos caquéticos, fétidos e sem nenhum espírito jovem! Na verdade, são velhos, não idosos! Sim, como esperar um futuro jovem com um presente velho? Difícil não? Certo dia caminhando por aí, pensava comigo, se a nossa cidade tivesse sido governada por fieis representantes do povo, não apenas o corpo, mas sim com um espírito publico, o que é fundamental! Pensava como seria o meu presente, o presente dos meus pais. Bem, pior, duvido muito.
A nossa cidade fora governada por pessoas afortunadas, sem grandes necessidades materiais e sem nenhuma noção do que é ter que acordar as 4 da manhã, trabalhar de 6 da manhã até as 6 da tarde, gente que fora “criada a leite com pêra, pão com mortadela, ovo maltino na geladeira” como diria o grande filosofo Gil Brother Awei. Será que se fossemos governados pelo povo e para o povo, chegaríamos ao hospital e seriamos tratados como boi na fila do matadouro? Será que precisaríamos está para morrer ou ameaçando fazer favor de morrer para sermos julgados necessitados de um atendimento digno? Será que precisaríamos deslocar anos luz para cursar uma faculdade, algo tão simples hoje em dia? Será que a nossa gente humilde teria que se dar ao trabalho de queimar pneus e formar barricadas para que o governo tome nota de sua existência, julgada insignificante pelos que detém o dinheiro e que por dádiva satânica, estão no poder? Será que fossemos governados por pessoas realmente publicas, de alma publica, será que teríamos que ver jovens se acabando com o crack por conta do ‘nada social’ em que vivemos? Toda essa violência desvairada? Toda essa massa de insanos bajuladores, comedores de cérebro de quem pensa, fascistas disfarçados de heróis do sertã? Acho que não! Passeando a duras penas nessa cidade imunda, não deixo de ser induzidamente atraído pelas faixas! “Brumado agradece/ Brumado parabeniza”, oras, agradece pelo quê? Parabeniza pelo quê? Pelo massacre que a Dengue vem causando em nossos lares, pelo fim eminente da Uneb? Pela invasão das faculdades particulares que dão prova do atraso vivido por esse calombo no relevo baiano? Então ta, vamos agradecer as suspeitas alianças firmadas por aqui, pegando o gancho do texto anterior. Vamos celebrar a estupidez desse meu povo, vamos celebrar o tal PT e o PSDB de Brumado de braços dados, num relacionamento quase divinal! Os bolsos transbordam, o olho brilha e o cidadão com a cara na poeira, se intoxicando com a fumaça emanada dos pneus em combustão. Esse fogo produzido pela queima de pneus, nada mais é do que o fogo da indignação que queima no peito do cidadão que é diariamente humilhado, enganado, pisado! A fumaça preta representa a vista grossa dos demais, que passam alheios a tudo que ocorre nesta cidade! É difícil se incomodar com a dor do outro, eles só querem umas pedras na rua, uma borra de asfalto que seja, pavimento! Há tempos atrás isso poderia ser encarado como beneficio social, qualidade de vida e direito popular! Oras, mas o que estou falando, estamos na China Baiana.Senhores, ele s querem atenção! Eles querem o mínimo de respeito, respeito este que lhes é negado simplesmente por serem pobres, por estarem longe dos centros e por conta disso, longe dos olhos da mídia, dos visitantes e de todos os outros babacas que insistem nas mentiras sinceras desses malditos ratos que saqueiam o meu e o seu bolso a cada segundo. E para pingar o óleo do diabo na xícara de chá, vejo o nosso nobre Maurício Trindade, patrocinador das farras municipais e patriarca de alguns acéfalos aqui residentes, como poderia, como pode tentar enfraquecer esse projeto histórico, o famoso ficha limpa? Que feio! Enquanto isso vejo Atlântida mergulhada em lama, poeira e pneus flamejantes! Sorte no front.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Alianças para quem?

Não sou contra a existência de inúmeros partidos políticos. Muito pelo contrário, penso que eles representam a pluralidade de pensamentos, relações e interesses que movem a sociedade brasileira. Representam a luta pelas ambições e realizações daqueles ou da classe que os fundamentam. O partido, com a pluralidade dos seus membros, nunca terá um único posicionamento, porém todos pregam como finalidade o bem comum.
Por isso, há que se fazer a distinção entre o que propõe o partido e o que faz um membro dele, mais especificadamente, aquele que se encontra na posição de representante do povo, ou seja, o político propriamente dito.
A apropriação indevida (em alguns casos, a personificação) do caráter do partido por parte de muitos políticos é o que configura tantas discrepâncias em relação aos fins dos partidos. Prova disso é a aliança, bastante estranha sob o ponto de vista programático de cada partido, entre o prefeito Eduardo Vasconcelos (PSDB) e o governador Jacques Wagner (PT). PSDB junto ao PT, tenso, não?
Não quero dizer que seja proibida uma aliança entre esses partidos, nem prego o puritanismo de ambos os lados, apenas não visualizo como que tal união seja em prol do povo brumadense levando em consideração a conjuntura nacional e histórica das ações dos dois partidos.
Não acredito nem concordo com algumas pautas dos programas de certos partidos, que foram feitas por determinados interesses em detrimento das reais aspirações de um partido. E é a apropriação do partido por parte de alguns membros (geralmente as lideranças), visando apenas seus interesses, que se aprofunda o caráter opressor de certos programas partidários.
Resumindo tudo isso: não há interesse pelo povo, há o interesse meramente particular por parte de ambos os políticos citados, cujo objetivo é a permanência no poder!
Simples conclusão? Penso que não. Todos dizem a mesma coisa: “eles só pensam neles”. Sim, não discordo. Mas esse tipo de coisa deve ser levado mais a fundo por todos nós. Devemos pesquisar (ou recordar) com quem Wagner, Paulo Souto, Geddel, Marizete, João Bonfim, Eduardo, Edmundo, enfim, os políticos mais conhecidos da terra dividiram o palanque nas eleições passadas e com quem estão agora. Quem eles criticaram e quem eles elogiam agora. O que propuseram e o que não cumpriram. Isso não é difícil constatarmos, mas o que é necessário é nos situarmos perante tantas picuinhas e tantas alianças duvidosas. Nossas pretensões não podem ficar sob o jugo de quem acha que fazendo tantas manobras está nos agradando.
A política nitidamente é um jogo de interesses. Mas interesses de quem? A resposta já sabemos, mas não é a que queremos! A política pelo povo e para o povo, este é o nosso real interesse!